Uma linha chamada Joacine Moreira
Sinto-me desanimado, mas só um pouco quase nada, com as mais recentes prestações de Joacine Moreira e do Livre. A impreparação para a função de representação é juízo razoável a retirar do que tem acontecido.
Não me permito colocar em bicos de pés de modo a que, por engano, me considerem sábio. No entanto, talvez seja relevante a observação de que um discurso baseado em causas identitárias atrai, e não é paradoxo, um tipo de pessoas com modo de estar individualista, narcisíco e oportunista disfarçado, que leva sempre a que aconteça fragmentação. Neste exemplo de nova esquerda autofágica e fractal chamado Livre à moda de Joacine, a dissensão foi incrivelmente rápida a encontrar opressões internas, o que surpreendeu tudo e todos. Era esperado, claro, mas não com uma distância tão curta para o ato eleitoral de outubro.
A única deputada do Livre é como um segmento de reta desenhado com um comprimento propositada e provocatoriamente bizarro para atrair as populações universitárias de Humanidades urbanitas. Tivesse sido por falta de cuidado ou por desejo imoderado e incontrolável de poder, o lápis acaba não só de rasgar o papel como também de saír da folha.
Depois de dizer hoje que o que se passa é um golpe, a deputada passa a ser uma caricatura e bem o merece pela sua falta de noção no que se estava a meter e falta de conhecimento elementar do que é a política. Felizmente para a nossa sanidade mental, a vitimização aparente de Joacine, e porque seria mau demais, não deverá chegar a usar as tradicionais cartas do racismo, colonialismo, fascismo ou misoginia contra o Livre. O partido desculpará e a deputada ficar-se-á pela teoria conspirativa contra si. Se por alguma razão o partido lhe retirar a confiança e ela ficar como independente, se a sua personaldiade a levar a esse desvairo, só depois de alvo de muita chacota nacional permanente, quem sabe uns seis meses, é que virá a dar o braço a torcer, altura em que já fará parte do anedotário nacional.