Política VS Moral
"(...) Início do jogo, com a Bélgica a manifestar-se contra o Racismo, algo que a Rússia não fez, no lançamento da partida, o que motivou assobios pelos adeptos belgas presentes em S. Petersburgo." (O comentador da SportTV+, no resumo do Bégica - Rússia.)
Vivemos um tempo de pré-fascismo acelerado. Outrora, "fascismo" estava conotado com a Direita. Porém, hoje, essa forma de impor ideias pela força parece vir de qualquer lado. Os extremos das Esquerdas nunca foram tão parecidos com os das Direitas, lembrando a Europa de há 80 anos atrás. A Europa na herança de Stalin, Hitler e outros ditadores.
E o futebol (futebol como exemplo óbvio - há outros menos óbvios mas porventura mais importantes) mostra e demonstra há muitos anos a sua rendição ao fenómeno de forma caricatural. Será que se pode abominar o Racismo sem ajoelhar antes de entrar em campo? Para eles, pelos vistos, não, não é uma questão política. Pessoalmente, eu, pessoa que abomina o Racismo, não ajoelharia. Essa é uma aberração formal conotada com uma demonstração POLÍTICAmente, ideologicamente correcta e não como um valor moral. Explico: o mesmo jogador (seja de que cor for) que ajoelhar contra o Racismo poderá muito bem ser aquele que fará cinco faltas (caneladas, puxões, empurrões à margem da lei), simulará agressões por parte do adversário e lá mais para os 82 minutos chamará nomes a alguém (seja de que cor for) no intuito de mexer com a cabeça e dessa forma tirar proveito desportivo ou, simplesmente, ofender. Assim, porque neste assunto é a Política Ideológica que está em guerra com a Moral, numa tentativa velada da sua aglutinação, passou a ser mais importante a demonstração política de que "nós é que estamos certos", do que fazer aquilo que deve de ser feito.
Por tudo isto, a UEFA dá um tiro no pé, ridículo e gigantesco (mas politicamente correcto, claro) de dizer que as camisolas da Ucrânia têm de ser alteradas. Parece que tudo aquilo já tem motivação "claramente política". E isso não pode ser.
Se a minha selecção tiver uma camisola a dizer Sagres, mesmo que essa marca (e as outras todas do género) contribuam indirectamente para mortes na estrada, violência doméstica e maus hábitos em jovens, tá tudo bem. Mas se um país se motiva desportivamente como bem entende...
Volto ao princípio, à questão da Política e da Moral. E se Portugal for campeão? Banirão o hino centenário porque diz "Às Armas, Às Armas"? Desconfio que lá chegaremos. "Ou mudam o hino, ou não entram no Euro." Infelizmente, como vai a coisa, desconfio que mudaremos o hino. Ou seja, ajoelharemos.