Goalball
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Num tempo em que tanto se fala de reinserção e inclusão, o fim de semana desportivo não se devia ter ficado pelos desaires do futebol nacional. Com o fantástico multidesportivo de Odivelas quase às moscas, ao contrário do estádio da "selecção" cheio de papalvos desiludidos, o Sporting CP foi Campeão Europeu de goalball em femininos, e bi-Campeão Europeu da mesma modalidade em masculinos. Um pleno.
Basicamente, é um desporto para cegos ou, na melhor das hipóteses, para amblíopes vendados. Mas se pensa ser coisa para meninos, desiluda-se. O campo é do mesmo tamanho de um de volei, tem balizas de 6 metros de largura, e 3 guarda-redes de cada lado. A bola é maior que uma de basket, faz barulho (é no tacto e audição que tudo se joga), pesando cerca de quilo e meio e, fazê-la percorrer todo o campo a uma velocidade que bata o gigantismo dos jogadores adversários não é tarefa para xonés. Depois de tanto esforço, foi emocionante ver a forma como todos, vencedores e vencidos, portugueses e checos, se cumprimentaram depois do jogo da final.
Liderados por Márcia Ferreira, uma treinadora-mulher-de-armas, e longe do reconhecimento e holofotes que merece, Portugal, e especificamente o Sporting, dão cartas nesta coisa de fazer heróis sem marketing, daqueles mesmo verdadeiros, sem penteados esquisitos.