Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Small Church

Small Church

Guerra a Leste - dia 5

Hoje não consigo pensar no que será o viver se houver um conflito nuclear. É uma espécie de totalidade em que todas as referências estão ausentes. Um quadro cinzento escuro escondendo coisas inimagináveis.

Hoje faço 49 anos e nunca fui tão feliz.

Hoje, a Rússia e a Ucrânia vão conversar na Bielorrússia.

  

Guerra a Leste - dia 4

Volodymyr Zelensky é o grande herói destes dias. Com a cabeça a prémio, insiste em ser corajoso. 

O presidente da Ucrânia não deverá sobreviver ao conflito. Mas, se no fim estiver vivo, o mundo terá ganho uma inspiração ao nível das maiores. 

Numa altura em que na nossa sociedade já não há espaço para heróis de carne e osso, o comportamento de  Zelensky é uma pedrada no charco. 

Respeito.

 

Guerra a Leste - dia 3

Reparo que as referências são quase sempre Putin e não à Rússia. Claro que existem as "tropas russas", ou o "avanço russo", mas  os meios de comunicação social parecem não considerar que é nação contra nação, mas sim louco ditador contra nação. Esta fulanização do mal, esta personificação da disrupção da ordem habitual, poderá querer dizer uma série de coisas que me escapam. Entre as que eu consigo entrever, a principal é que é bem mais fácil lidar mentalmente com um símbolo do que com a realidade de terem sido muitos russos a desejarem a guerra. 

Guerra a Leste - dia 2

Confirma-se que não é saudável ver mais de cinco minutos sobre a guerra na televisão ou ouvir outro tanto na rádio. Espanto-me por tantos ângulos cobertos, por tantos especialistas na Ucrânia e na Rússia que, afinal, existem entre nós e um tipo nem suspeita. Os cientistas e médicos foram substituídos sem aviso e devem ainda estar a perceber o que lhes aconteceu nesse difícil descer os degraus da notoriedade para as carreiras cinzentas e frias habituais onde têm passado a maior parte da sua vida.

As sanções impostas pela comunidade ocidental são pesadas. Será que um homem como Putin não estaria a contar com elas? Se sim, de que servem? Talvez haja a expetativa que, a determinado ponto, o povo russo, ou os amigos oligarcas de Putin, fartos de ser prejudicados, decidam por este último que ele já não tem pinta suficiente para andar a brincar aos imperadores. 

Kiev estará cercada. Milhares de reservistas e soldados preparam-se para a defender. Seja hoje ou nos próximos dias, o ataque russo ficará para a História, gostaria que pelas melhores razões, mas suspeito que não.   

Guerra a Leste - dia 1

Nota existencial para a Humanidade: a Rússia pode, de facto, fazer o que quiser porque tem um arsenal nuclear gigantesco e ninguém, no Ocidente, se atreverá a levantar armas contra ela. Mais do que algo sobre a Ucrânia, Putin afirma-se como alguém que não terá pejo em usar seja que armas for para garantir o seu lugar na História russa e Universal. 

O Ocidente, governado por burocratas e políticos de carreira, como Ursula von der Leyen ou Olaf Scholz, Biden, Kamala Harris, Jacinda Arden ou Justin Trudeau, não sabe o que fazer, porque, no seu mundo fofinho, as maiores questões que tem agora para resolver são os gravissimos problemas mentais que a pandemia trouxe. Nem quero imaginar o que seria da saúde mental ocidental urbanita se houvesse uma guerra a sério nos seus territórios.   

   

Antes que a guerra chegue

biden.JPG

 

Soube ontem, pela Universidade Católica, que os portugueses se dizem mais felizes agora do que em 2019, antes da pandemia. A ideia de que somos um povo que liga a sua felicidade a ter as suas liberdades bem controladas por um paizinho, ou conjunto de paizinhos constituído por políticos, burocratas e cientistas, é um pouco desanimador. Se dúvidas houvessem, aí está uma maioria absoluta forjada no medo e na mentira para o comprovar. Mas as evidências da supremacia nacional de chumbo da Ironia são também uma marca da República e parece que ainda ninguém pensou que o Chega, ou um dos que surgir como este, também pode prometer aumentar pensões, salários mínimos e públicos antes de eleições e, assim, tirar da mão aos socialistas o saco em que guarda os velhinhos, funcionários e pobres assalariados.

Mas isso não é importante. O importante são aquelas duas crianças de 4 ou 5 anos que brincam ali à frente. Estou no comboio e elas rodopiam entre risadas enquanto lá fora corre o subúrbio, sempre para trás, claro. Inconscientes do que ouvi hoje logo pela manhã, e faz parangonas em muitos meios de comunicação ocidentais,  e que nos nossos é uma nota de rodapé soterrada sob os fait divers do futebol e da política interna de caracácá. O facto é que Biden disse aos americanos para saírem da Ucrânia porque é provável que uma guerra mundial esteja quase a começar. A utilidade política e económica desta possível guerra, que nos lançaria a todos numa miséria e barbárie inacreditáveis, é medonha de tão ubíqua. 

As crianças brincam, as pessoas espelha-se nos telemóveis, as pessoas conversam aqui e ali, as pessoas olham em frente para um ponto indistinto no corredor ou no teto e eu guardo o meu livro de bolso sobre árvores. Penso E se isto tudo acaba?

Costumam ser assim, aparentemente vindos do nada.  Estes podem muito bem ser os últimos dias antes de

 

  

A aguardar pela ciência

Temos uma filha de 7 e outra de 11 anos. Por enquanto, não as iremos vacinar. Os argumentos apresentados pela DGS são insuficientes ou somente não fazem sentido.

Além disso, não existem ainda certezas quanto à inconsequência da tecnologia usada (RNA mensageiro) no futuro de crianças. Expliquei-o à de 11 e ela percebeu. Disse-lhe ainda que outros pais, como os dos colegas, poderão ter outra opinião e que isso nunca deveria ser motivo de discórdia.

Espero que não haja discriminação do Estado entre crianças vacinadas e não-vacinadas. Creio que não vai haver mas o meu otimismo tende a ser um dos meus maiores defeitos.

A sobrevivência da notificação mais apta dará cabo da amizade?

Tenho reparado que o tempo de resposta, quando esta chega a ser enviada, é cada vez mais longo. Contactos por SMS ou e-mail, que antes seriam respondidos com a rapidez de uma amizade, hoje podem demorar um ou dois dias a ser respondidos (quando o são). Há uns anos, ignorar o contacto de alguém seria negligência e motivo legitimo de dor e chatice. Hoje, entre amigos, o não responder é considerado natural.

A resposta que eu tenho para a questão de como é que esta faceta social mudou tanto, e em tão pouco tempo, é que o devemos à ubiquidade do smartphone.

Aí está a mente a tentar lidar com um aparelho através do qual recebe mensagens de uma série de origens diferentes como SMS, e-mail, Whattsap. Instagram, notificações de notícias, Facebook e outras. As notificações diárias multiplicam-se quando, antes, com os telemóveis clássicos, só havia o SMS. O objeto que tínhamos na mão recebia uma mensagem e nós, naturalmente, atribuíamos-lhe toda a nossa atenção, respondendo logo à interpelação do nosso amigo ou conhecido.

Eu, que depois de uns tempos de uso pus de lado o smartphone, usando agora um Nokia à antiga simplicíssimo para comunicar,  deixei de estranhar que o envio de uma mensagem a alguém conhecido, ou mesmo a um bom amigo, não tenha qualquer resposta. Calculo que a minha tentativa seja só uma entre dezenas de outras com uma dúzia de origens e que, na triagem, a minha amizade ou importância como pessoa seja classificada como não urgente.

Não coloco em causa a legitimidade de ignorar contactos, mas fico a pensar como é que será o futuro conforme a comunicação vai ficando cada vez mais dependente deste tipo de aparelhos. Mediada por eles, conseguirá a intimidade de uma amizade prevalecer na sua importância, que tem sido fundamental para a humanidade, perante tanta dispersão e falta de atenção?     

Da indignação fofinha em política

Não nos fiquemos pela constatação óbvia de que as mesmas pessoas que outrora representaram Ângela Merkel com um bigode nazi, agora lamentam o fim do seu mandato como o de uma grande e inigualável chefe de estado.
Vamos imaginar que dezenas de médicos de um hospital administrado pelo Estado se demitiam por falta de condições de trabalho. Depois, imaginemos que um outro desses hospitais do Estado, um que servisse cerca de meio milhão de utentes, por exemplo, encerrava as Urgências durante a noite por falta de pessoal. Em cima disto, coloquemos Passos Coelho como primeiro-ministro.
Se imagino tudo isto, já o ultraje e o rasgar das vestes generalizado nas redes sociais, e em manifestações “espontâneas” decorrentes, não consigo imaginar. A partir de um certo nível, a hipocrisia política é capaz de coisas espantosas, como é evidente pelo quase silêncio da esquerda com o que se está a passar. Juntando a isto a rábula anual do "assim como está não aprovamos orçamento" que termina sempre em aprovação, podemos concluir que vivemos um momento exemplar do que é hipocrisia política.

 

A energia verde ainda não puxa carroças

Ainda nem chegou o inverno, com os seus picos de consumo, e aí estão as primeiras consequências reais. Os cidadãos do Reino Unido, China e norte da Europa começam a perceber o que será o futuro próximo: energia a preços nunca vistos e escassez regular da mesma. 

O desenvolvimento civilizacional que atingimos baseia-se em energia barata. Se a energia não for barata, a economia a trabalhar deixa as prateleiras dos supermercados vazias ou as casas sem aquecimento. A continuidade do modo de vida atual poderá não ser exequível e é difícil que  as pessoas aceitem isso sem reagir.

Esperemos que corra tudo pelo melhor e que a transição para um mundo à base de energias renováveis seja pacifica.

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D