A maior carga fiscal de sempre. O Estado obeso, cada vez mais obeso, precisa de ser alimentado. Por isso, somos forçados a partilhar com ele, em fatias bem generosas, o resultado do nosso esforço. Ou, se calhar, sou eu que estou a ver mal as coisas. Porque no socialismo o dinheiro é do Estado. Todo o dinheiro. Então, em vez de me queixar, talvez deva, antes, estar grato ao Governo por nos deixar ficar com um pouco daquilo que angariamos com o nosso trabalho. Sim, já faltou mais para agradecermos por não nos tirarem tudo.
A maior dívida pública de sempre. Os meus filhos e os meus netos amarrados a um encargo que irá sufocar a sua vontade de melhorar – qualquer “tempo de vacas gordas” servirá, primeiro que tudo, para abater nos encargos da dívida. Porque nos condenaram assim? irão perguntar eles. Não foi por inaptidão ou por prosaico azar, não. Foi deliberado. A dívida serviu para comprar votos, para ir mantendo o partido no poder. “Quem vier depois que feche a porta”, pensaram, e, quais Pilatos, lavaram as mãos.
Vinte anos de carreira publica, lidando com dinheiro, respondendo diariamente a dezenas de procedimentos (e quantos deles kafkianos…), atendendo pessoas, e no final do mês levar para casa dez euros mais do que a empregada de limpeza recém-contratada.
A indignidade da mão estendida, sempre a mão estendida à esmola, como a grande estratégia nacional de progresso. A arte de pedinchar (na Europa) como virtude maior da governação.
O recém-licenciado, sem notas de relevo, é contratado pelo Estado por três ou quatro mil euros/mês, enquanto o doutorado vai pedinchando bolsas paupérrimas e o jovem brilhante e diligente sujeita-se a pouco mais do que o ordenado mínimo. O primeiro tem cartão do partido, os outros não.