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Small Church

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Joaquín Salvador Lavado

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Era o único artista que eu fazia questão de ter um autógrafo. Agora já não dá, já não vou a tempo. Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido por Quino, faleceu hoje, em Mendonza, Argentina.

Desde miúdo, nos pequenos livros retangulares com as tiras da Mafalda, que me habituei a conviver com o seu humor. Os álbuns de cartoons (agora diz-se “humor gráfico”)  também estiveram por perto na adolescência e juventude, e, ainda hoje, continuam a merecer visitas regulares. O que ficou de tão estreito convívio não consigo, objetivamente, avaliar. Mas sei que foi importante. Sei que na minha forma de ver o mundo há uma pitada de Quino.

Numa avaliação rápida, e em jeito de homenagem, destaco três aspetos que considero importantes na obra de Quino, e que fazem dele um dos maiores.

O permanente apelo à capacidade de conseguirmos rir de nós próprios. Quantas vezes, nos cartoons ou nas tiras da Mafalda, depois do sorriso vem o judicioso “Eh pá, eu sou um bocado assim…”?

O humor construtivo. Não tem nada a ver com o fugir do conflito ou evitar ferir suscetibilidades. Sim, o humor pode ser áspero, pode, e deve, tocar na ferida, mas se arder deve ser para curar, nunca para ferir ou destruir.

A capacidade de conseguir contar histórias apenas com imagens (às vezes, muitas vezes, apenas com uma).  Para quem, como eu, tem uma relação difícil com as palavras, elas não fluem, tem de ser sacadas, esta é uma possibilidade deslumbrante que não consigo deixar de admirar.

Obrigado, grande Quino! Ficou a faltar o autógrafo mas o mais importante está cá: os livros.

Estar a caminho

"Deus é o nome pelo qual designo todas as coisas que cruzam meu caminho com violência e temerariamente, todas as coisas que alteram os meus planos e intenções, e mudam o curso da minha vida, para melhor ou para pior."

Carl Jung                           

 

O meu Deus é pessoal e uma identidade e nisso não penso como Jung. Mas estou a caminho, e não sei em que parte, se no início ou meio, concerteza que não perto do final, de um dia estar convicto de que, em termos psicológicos, a ligação ao divino bastará para a cura, isto é, para o crescimento. A oração é o meio.

A angústia do pessimista perante a melhor notícia do século

O primeiro reator de fusão pode estar a dois ou três anos de distância. Esta notícia é o rascunho do maior avanço tecnológico do século, aquele que vai salvar o mundo e mudar o destino da Humanidade. As consequências civilizacionais estarão quase ao nível da descoberta do fogo. É uma nova era que está quase a começar em que uma tecnologia quase totalmente limpa poderá ser implantada no meio de cidades ou no deserto.

Ninguém gosta de otimistas como eu. Prefere-se o apocalipse que confirme o mal estar. Dir-se-ia que se necessita dele para disfarçar a falta individual de esperança.

Mas desta vez vão perder e vão ter que enfrentar a esperança de que o mundo futuro das crianças de hoje vai ser inagualável. O ser humano vai dar a volta aos problemas ambientais e ganhar a batalha de produção de energia suficiente para a população mundial atual. Junte-se-lhe a nanotecnologia e a o desenvolvimento em Inteligência Artificial e daqui a 50 anos o mundo é outro, um bem melhor.  

 

Um momento importante

Jesus diz “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.”
Cristo sabia o que o Pai iria fazer. Se a uns poucos ou à Humanidade, de certeza que iria ser terrível. E se Cristo não o tivesse pedido? E se o Pai não tivesse atendido à sua prece?
Vivemos um tempo de Graça. 

Amigos e Aliados

Embaixador dos EUA em Lisboa diz que Portugal tem de escolher entre EUA e China

O embaixador norte-americano em Lisboa defende que Portugal tem de escolher entre os “amigos e aliados” EUA e o “parceiro económico” China, alertando que escolher a China em questões como o 5G pode ter consequências em matéria de Defesa.

 

Bem, o melhor é começar por definir o que as coisas querem dizer.

Amigo: aquele que tem com alguém uma relação de amizade / partidário, simpatizante /admirador, apreciador / defensor, protetor / aliado, cúmplice (...)

Aliado: que formou aliança com; unido, associado / relativo a aliança / diz-se de país ou organização que está ligado (por tratado, convenção ou pacto) / diz-se de pessoa que apoia outrem; cúmplice

 

Dear V. Exa., o Sr. Embaixador dos EU, cujo nome não me dei ao trabalho de pesquisar, no SOBERANO e quase milenar Portugal: por duas inesquecíveis ocasiões visitei a sua pátria. Tal foi o espanto perante da grandeza da beleza do deserto, visto da estrada (para só mencionar uma coisa fenomenal e não umas dez ou vinte), e a simpatia da esmagadora maioria dos muitos americanos que conheci durante as minhas décadas que, vistas bem as coisas, para um tipo simples como eu, é impossível não gostar dos EU.

Já a política externa da sua grande nação, não é de hoje, nem de ontem, nem mesmo de há um século atrás, deixa muito, muitíssimo a desejar. Pelo que, devo dizer tranquilamente, não confundo a "política externa americana" com "o povo americano".

Porém, aqui, recuando os séculos, mas mantendo as línguas maternas, temos uma história que muito nos marca. Até deu origem a uma expressão: Os amigos de Peniche.

Estamos queimados... Já não temos pachorra para "aliados". Muito menos "amigos". "Consequências em matéria de Defesa"? Quem nos defenderá da Google, Facebook e outros? Sabemos, sabemos bem, que entre nações contam apenas "relações económicas". No mais, estanques são as bandeiras. De maneira que entre China e EUA, a decisão terá sempre a ver com "de onde vem ou para onde vai a massa". E já agora, não é precisamente isso que representa o popular American Dream?

Quando alguém profere uma frase tão nacionalmente política como America First, acaba de escolher um caminho. Não tenho um único amigo que me diga "Eu primeiro". Não tenho um único aliado que construa um muro à minha volta.

Tudo tem um motivo. Tudo tem consequências. O jogo está em aberto.

O que é correcto ? (2)

«As ações de David também mostraram a sua confiança na soberania de Deus. O Senhor não precisava dos planos ou da espada de David para que a Sua vontade fosse executada. Às vezes ficamos incomodados ou lutamos quando vemos pessoas que nos parecem egoístas perseguindo a realização de planos que, em nosso entender, são nitidamente contrários à vontade de Deus. Mas é preciso termos cuidado para não contrariar ou tentar impedir a realização dos planos de Deus com os nossos pontos de vista pessoais.»

João Regueiras, Lições da Escola Dominical, David poupa a vida a Saul, pp 45   

(Baseado em 1 Samuel 24:1-22)

PAOK 2 - 1 BENFICA

Como ficar triste com um jogo, que em 90 minutos, nos oferece tantas histórias como um livro de Jorge Luis Borges ou Horacio Quiroga?
 
Creio que faltaram argentinos ao Benfica, para ler e antecipar o potencial literário e trágico do jogo. A entrada de um uruguaio com nome inglês podia sempre mudar o final da história. Mas o destino já tinha jogado a sua cartada, com um jugoslavo canhoto.

 

Sala de espera - VII

Uma senhora, curvada sobre a muleta, entra devagarinho na sala de espera. Das vinte cadeiras habituais só restam cinco, espaçadas. Tempos de pandemia. Reparando que não há lugares vazios, um menino, oito, nove anos, levanta-se e dirige-se à senhora:

- Se quiser, pode sentar-se aqui.

A octogenária pára, olha para o miúdo de calções, t-shirt e smartphone na mão, e responde sem pressa:

- Obrigado, meu amor, mas eu vou para ali - e aponta com a cabeça para um espaço em frente, mais pequeno, dividido da sala maior por uma espécie de biombo – está ali um lugar e, assim, fico mais perto do gabinete do doutor.

De passagem pela sala, cruzo-me com o diálogo, e esboço um sorriso debaixo da máscara. Fico a pensar em como a vida é mais agradável quando cada um cumpre, naturalmente, e a sua parte. Quando os mais novos tratam com respeito os mais velhos, e os mais velhos tratam com carinho os mais novos. Quando há educação. Quando há gestos simples de convivência que tornam tudo mais fácil.

A Actividade Mais Policromática

O showbiz é a actividade mais colorida de que me lembro. Só as gentes do entertenimento se lembrariam de uma coisa assim. Para prová-lo, que o atestem Lorne Greene, Yellow Magic Orchestra, Rita Red Shoes, Pink Floyd, James Brown, Grey, Moody Blues, Violetta, Black Sabbath, Barry White, Deep Purple, Oran Juice Jones e muitos, muitos outros...

A Mulher de César

"Primeiro-ministro e presidente da câmara de Lisboa na comissão de honra de Luís Filipe Vieira" (...)

---

- Boa tarde. É para a televisão. O senhor aceitaria responder a umas perguntas sobre as próximas eleções legislativas?

- Sim, com certeza, faça favor...

- Diga-me: o Senhor votará em António Costa nas próximas eleições?

- Não! De modo nenhum.

- Porquê?

- Porque sou do Sporting!

- Como?... O senhor irá fazer uma importante decisão política baseada em gostos futebolísticos?!

- Não fui eu... Foram eles!!

Contribuição para os tempos que vivemos

Vimos como o mecanismo que garante a segurança se constrói numa base de força ou de paixões contrapostas. Aparentemente, tudo indicaria que o mecanismo capaz de garantir a diversidade teria de se construir com base na anulação da força, de modo a que a razão se pudesse livremente exercitar. O Estado, porém, é sempre força e violência, sob pena de não garantir o seu primeiro objetivo que é a segurança. A única variação possível a este respeito só é pensável em termos de maior ou menor mediação da força. No limite, poderemos supor um Estado em que todos sejam legisladores e intérpretes da lei, que o mesmo é dizer, cúmplices na definição dos atos proibidos, sobre os quais poderá recair a violência estatal. O que não podemos é supor um Estado constituído apenas por cidadãos com um domínio das paixões suficiente para se guiarem unicamente pela razão. Porque o objetivo do Estado não é tornar os homens mais racionais, mas fazer com que a mente e o corpo possam exercitar as suas funções em segurança. Entre a ordem da verdade e a ordem prática, vai um abismo cuja pretensa transposição é pura e desnecessária violência. E tanto se poderá transpô-lo através da repressão das opiniões, modulando a vida pública segundo o registo da univocidade, como, em sentido oposto, através da abolição do Estado e de uma alegada conversão da ordem prática e passional em transcendência sem mediação. O objetivo do Estado é a liberdade, mas uma liberdade entendida como salvaguarda do sábio e do ignorante, da razão e das paixões. Só nessa medida ele é conforme à natureza, garantindo a segurança e ao mesmo tempo a diversidade.

Diogo Pires Aurélio, O Mais Natural dos Regimes: Espinosa e a Democracia, pp 210-211

Habitar o Mito da Atlântida

O velho senta-se  a uma janela e tem consciência, pela primeira vez, que foi um habitante da Atlântida.

A Humanidade tinha vivido esses incríveis e único 200 anos de democracia. As sociedades haveriam de se desenvolver tecnologicamente como nunca antes na sua história e ele tinha testemunhado o seu auge. Pela primeira vez, a maioria das pessoas não preocupara em sobreviver e podia dedicar-se massivamente a ideias incríveis e nunca experimentadas como Direitos Humanos e Realização Pessoal.

A morte e as bestas reinam do lado de fora das ruínas que o velho habita sozinho. Está frio e recolhe-se um pouco mais no cobertor desfiado. Não se tem sentido nada bem nos últimos dias e hoje os pulmões estão duros, os braços sem força e os olhos, sucumbindo à espessura das cataratas, querem desistir e anseiam por escuridão.

Ultrapassada a luta pelas necessidades básicas, as mentes tinham-se inquietado e a tristeza e desânimo iniciariam o processo final. A web, algo maravilhoso e írrepetivel, escreveria na vida humana a discórdia e insatisfação até o diálogo se tornar tão raro como a violência comum. A Economia, imaginada para um perpétuo crescimento, fragmentar-se-ia nos sinais contraditórios dos incapazes e as revoltas haviam medrado até algo se partir em silêncio e já não ser possível voltar atrás. Sucumbindo ao seu próprio peso, a Humanidade tinha dado por si desfeita em miséria e ressentimento. E depois as doenças que já não havia ninguém para tratar encheram as ruas de lamentos e fins. E as guerras. E as invejas. 

O frio hoje não quer ficar sozinho e agarra-se ao velho. Pensa agora na televisão por cabo, no desporto, nos concertos, na música omnipresente, nas praias de agosto, no ar condicionado, nas prateleiras cheias de supermercado, nos seus smartphones, nos seus automóveis e no conforto, que nunca tinha valorizado, da sua casa.

Era um atlante. Mas era um atlante solitário. Nenhuma pessoa testemunhara a sua vida de adulto.

No entanto, tinha havido Deus. A sua testemunha silenciosa.

Oh, este frio que lhe aperta os rins! Recolhe-se numa postura mais confortável e sabe que já não irá levantar-se dali. Sorri e fala com Deus.

O velho atlante que viveu o apogeu da Humanidade vai adormecendo a orar, como em tantas outras noites desde os 15 anos. Lembras-te de quando te reconheci?  diz baixinho entre lábios que quase não se movem. Os olhos estão fechados e parecem sorrir.

O seu último pensamento não é se irá morrer. É antes a pergunta Será que os poucos humanos do futuro falarão sobre o ínicio do século XXI como Platão da Atlântida? 

 

Novilíngua

Há quem esteja a deixar de usar a palavra “women” (mulher). O TEdxLondon vai passar a usar o termo “womxn” para abarcar todo o tipo de mulheres.

O termo "women" passou a implicar, pelo menos para o TEDxLondon, ser-se transfóbico porque pode  passar a ideia de não inclusão das mulheres que não têm o período (transexuais).

E em português, como deveremos passar a falar e escrever para sermos “inclusivos e progressivos”? Usaremos “Mxlher” ou “Mulhxr”?

Enquanto a diretiva a determinar qual a forma correta de nos expressarmos não chega aos departamentos de sociologia nacionais dá para ir pensando em como é que iremos pronunciar cada uma das hipóteses.

TED.JPG

 

 

 

Contra Todos os Racismos - outro comentário

Gostei do post (e lá está a mãozinha na caixa de comentários com o polegar espetado para cima) precisamente pela maneira eficaz como trata os simbolos que nos são familiares. O “black” pinchado e substituído pelo manual e descuidado “all” transmite precisamente a ideia de uma reação clandestina, porque não permitida, contra o poder instituído, uma imagem de luta subversiva do fraco contra o forte. Ora isso é precisamente o oposto do que se suporia quando falamos da luta contra o racismo. E é esse paradoxo que faz pensar: então os que supostamente estão do lado da liberdade são os totalitários que não querem permitir formas diferentes de pensar? Um cartoon é isto: uma imagem (quanto mais simples melhor) em lugar de muitas palavras. Parabéns ao Jorge.

Fazer de Deus Parvo

Habituei-me a não gostar do que Noam Chomsky diz. Mais, habituei-me a evitar ouvir e ler o que Chomsky tem para dizer ao mundo. É um daqueles preconceitos antigos de quando ainda trabalhava na livraria do Chiado e era um blogger com uma reputação razoável. Estamos a falar de 2004, por aí. 

Existem outros a quem reservo o mesmo tratamento, como Slavoj Žižek, Richard Dawkins, Sam Harris ou Sérgio Godinho, e em termos oficiais, digamos assim, a atitude tem sempre a ver com esta atitude mental "O que este tipo diz é uma perda de tempo." O problema é que a razão mais profunda é outra bem mais embaraçosa: "O que este tipo diz vai contra o que acredito. Isso baralha-me e irrita-me porque ele pode ter razão, mas não o posso permitir."

Žižek é marxista, Dawkins é anti-religioso, Harris recusa a existência do livre-arbítrio e Sérgio Godinho é o Sérgio Godinho, tudo características péssimas porque vão contra, respetivamente, o meu liberalismo europeu, fé em Deus, senso comum e bom gosto.

Desde que percebi que prefiro saber o que os outros pensam acerca dos grandes temas que têm entretido a Humanidade desde o século XX, tem sido todo um caminho. Já consigo lidar com o Žižek (a minha perspetiva sobre o marxismo a mudar um pouco), Harris (os seus pressupostos como neuro cientista dão pelo menos para pensar uma segunda vez no assunto) e Godinho (no outro dia obriguei-me a ouvir uma das suas músicas que passava na rádio e não mudei logo de estação com uma expressão de enfado. Gostei da letra). Ainda não consigo lidar com Dawkins. A forma como fala da religião magoa-me. E, ao magoar, faz-me pensar em como os meus pais se sentiriam se o ouvissem. Como, na medida das minhas possibilidades, tento evitar que se faça mal aos meus pais, mais à minha mãe que ao meu pai, sinto antipatia pelo homem. Mas espero um dia conseguir entrar em contacto com as suas palavras sem pensar que ele é um idiota arrogante pomposo transbordante de má fé. Por enquanto evito cruzar-me com as suas palavras para não o julgar. 

A minha aproximação ao discurso de Chomsky tem-se dado mais gradualmente. Divirto-me, essencialmente, com a falta de ligação à realidade de algumas das suas ideias, principalmente em termos económicos. Outras há, no entanto, que me têm marcado e feito perceber, de um modo mais natural, a possibilidade de se ser de esquerda. A última conversa dele que ouvi é recente e nela diz que a Religião faz de Deus um idiota, uma variante do que venho pensando há já bastante tempo acerca de um determinado tipo de vivência religiosa. A surpresa, quando o ouvi falar de como chegou a esta conclusão, foi grande. Estamos todos muito mais perto um dos outros do que queremos pensar ou qualquer coisa parecida. 

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