O embaixador norte-americano em Lisboa defende que Portugal tem de escolher entre os “amigos e aliados” EUA e o “parceiro económico” China, alertando que escolher a China em questões como o 5G pode ter consequências em matéria de Defesa.
Bem, o melhor é começar por definir o que as coisas querem dizer.
Amigo: aquele que tem com alguém uma relação de amizade / partidário, simpatizante /admirador, apreciador / defensor, protetor / aliado, cúmplice (...)
Aliado: que formou aliança com; unido, associado / relativo a aliança / diz-se de país ou organização que está ligado (por tratado, convenção ou pacto) / diz-se de pessoa que apoia outrem; cúmplice
Dear V. Exa., o Sr. Embaixador dos EU, cujo nome não me dei ao trabalho de pesquisar, no SOBERANO e quase milenar Portugal: por duas inesquecíveis ocasiões visitei a sua pátria. Tal foi o espanto perante da grandeza da beleza do deserto, visto da estrada (para só mencionar uma coisa fenomenal e não umas dez ou vinte), e a simpatia da esmagadora maioria dos muitos americanos que conheci durante as minhas décadas que, vistas bem as coisas, para um tipo simples como eu, é impossível não gostar dos EU.
Já a política externa da sua grande nação, não é de hoje, nem de ontem, nem mesmo de há um século atrás, deixa muito, muitíssimo a desejar. Pelo que, devo dizer tranquilamente, não confundo a "política externa americana" com "o povo americano".
Porém, aqui, recuando os séculos, mas mantendo as línguas maternas, temos uma história que muito nos marca. Até deu origem a uma expressão: Os amigos de Peniche.
Estamos queimados... Já não temos pachorra para "aliados". Muito menos "amigos". "Consequências em matéria de Defesa"? Quem nos defenderá da Google, Facebook e outros? Sabemos, sabemos bem, que entre nações contam apenas "relações económicas". No mais, estanques são as bandeiras. De maneira que entre China e EUA, a decisão terá sempre a ver com "de onde vem ou para onde vai a massa". E já agora, não é precisamente isso que representa o popular American Dream?
Quando alguém profere uma frase tão nacionalmente política como America First, acaba de escolher um caminho. Não tenho um único amigo que me diga "Eu primeiro". Não tenho um único aliado que construa um muro à minha volta.
Tudo tem um motivo. Tudo tem consequências. O jogo está em aberto.