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Small Church

Small Church

Uma igualdade muito especial

Sabemos pela TSF que a ILGA acha que deveria existir uma preparação específica para os técnicos que analisam as candidaturas de adoção por parte de casais homossexuais. A diretora executiva da associação nota que é necessário “usar linguagem adequada, compreender a especificidade dos casais e as questões de privacidade, orientação sexual e de identidade de género dos mesmos” para “garantir a igualdade.” Adianta, ainda em relação à linguagem que "Há questões que não são só de trato direto com os casais, mas também de compreensão de alguns fatores que poderão estar subjacentes a alguns casos em concreto." Quais casos, para percebermos melhor ou alguma coisa que seja? Não se sabe, dava jeito, é certo, para informar o público, mas não deve ser considerado importante pela diretora executiva ou pela repórter que a entrevistou. Talvez devamos acreditar que é algo de fundamental e aceitá-lo sem reservas. Afinal foi uma profissional do ativismo que o disse.

 

 Ou estou a ver mal o assunto ou este trata de igualdade, é certo, mas de um tipo privilegiado. Não é uma lógica brilhante querer-se acabar com o que se acha ser discriminação e querer depois um tipo de tratamento especial dentro dessa normalidade. 

  

 

Sugestão de documentário - Hoaxed

 

 

A responsabilidade dos meios de comunicação social na mudança de mentalidade que parece estar a acontecer no mundo ocidental é um assunto importante. Por exemplo, o papel dos media no que agora se chama fake news  ou a forma como serve de meio de propaganda política. Sendo este documentário uma perspetiva acerca da realidade norte-americana, existem muitos pontos em comum com a nossa que vale a pena considerar. 

 

Auto intitulada "garante da democracia", a imprensa tem vindo a ser cada vez mais criticada por não cumprir o seu compromisso de informar o público de um modo equilibrado. Sim, vê-se condenada e com os dias contados porque deixou de ter o monopólio do discurso público. Não devia ter dormido tantas vezes com a ideologia e a política.  

 

Uma análise do filme aqui.

 

Como sobreviver ao século XXI

Dicas de um desiludido da tecnologia para uma vivência razoavelmente humana nos dias que correm.

 

Deitar fora o iphone/android 

Ou vender, ou dar aos filhos, aos pais ou ou ao esposo(a). Seja de que maneira for, um pontapé para bem longe. O telemóvel à moda antiga (chamadas e sms) cumpre impecavelmente a função.

 

Sair da redes sociais

Sair das redes sociais. Ponto.

 

Andar a pé

Não estou a falar de caminhadas nem de trekings sofisticados. Refiro-me às deslocações próximas nas voltas diárias. Em vez de três minutos de carro, dez minutos a pé. Em vez de cinco minutos de carro, um quarto de hora a pé.

 

Rédea na tv  

Nunca dar espaço à triologia sentar no sofá - pegar no comando - "deixa lé ver o que está dar". Isso é brincar com o fogo. Televisão só com um programa bem definido em mente. Um jogo do Benfica, por exemplo.

 

Email uma vez por dia 

Ir à caixa do email apenas uma vez por dia. Chega. Idealmente usar um servidor que demore vinte e quatro horas a entregar as mensagens. Não sei se existe tal coisa mas fica a ideia. 

 

O longo arco de um boomerang checoslovaco

Rachel Mc.jpg

 

Margaret Court foi a melhor tenista australiana de sempre, tendo ganho 24 torneios do Grand Slam, o último dos quais em 1973. O seu sucesso desportivo foi homenageado com a atribuição do seu nome ao segundo campo principal do Australian Open. Após a sua retirada desportiva, Court tornou-se pastora de uma igreja pentecostal e, baseada na sua fé religiosa, tem sido crítica dos movimentos LGBT, tendo feito uma campanha bastante forte em 2012 contra o casamento homossexual. De imediato criticada por movimentos LGBT e tenistas homossexuais, entre as quais a checoslovaca Martina Navratilova, que a apelidou de “racista e homofóbica”, foi pedido, ou exigido, que o seu nome deixasse de estar associado ao Australian Open. A primeira-ministra australiana recusou, referindo que a razão da homenagem tinha sido o desempenho desportivo de Court e não as suas opiniões pessoais.

 

Já este ano, Navratilova, uma crítica da participação de atletas transexuais em competições femininas, disse que “É uma loucura e é batota. Tenho gosto em dirigir-me a uma mulher transgénero da forma que ela preferir, mas eu não ficaria contente se tivesse de competir contra ela. Não seria justo.” O assunto da participação de transexuais em provas desportivas femininas tem causado algumas controvérsias, sendo as mais recentes a sua proibição de inscrição em provas de halterofilismo e as queixas devido à primeira vitória de uma (um?) transexual numa prova feminina de ciclismo (fotografia em cima). O mérito de Rachel McKinnon, a ciclista em causa, foi posto em dúvida e ela respondeu o seguinte numa entrevista: "Não podemos ter uma mulher, legalmente reconhecida como tal na sociedade, e depois não reconhecer os seus direitos no desporto. Pôr o foco nas vantagens da performance desportiva é irrelevante, pois esta é uma questão de direitos. Não nos devíamos preocupar com o facto de as pessoas trans ganharem as Olimpíadas. Devíamos, em vez disso, preocupar-nos sobre a igualdade nos seus direitos humanos." No que diz respeito às declarações de Navratilova, um grupo de apoio a desportistas LGBT, o Athlete Ally, cortou os laços com a ex-tenista, retirando-a do seu conselho diretivo e retirando-lhe, também, o título de sua embaixadora, com a curiosidade de a apelidar de “transfóbica”, o mesmo adjetivo, de resto, com que Rachel McKinnon, agora uma celebridade e convidada habitual de painéis e programas de televisão, também usou para reagir às palavras de Martina.

As Suas Mãos Pequeninas

Para não ser sempre a mesma coisa, almoçámos num restaurante que desencantámos à última hora, com pouco gasóleo no depósito. Ela, encurvada na cadeirinha de rodas, baralhando memórias; nós à volta dela, em cadeiras de madeira desconfortável. O empregado era esforçado e bem disposto. O bitoque estava tenro e bom.

De frente para ela, cortei-lhe o bife. Sempre que o faço, lembro-me de quantas vezes ela o fez por mim, quando as minhas mãos pequenas não sabiam brandir faca e garfo. Tomou o usual batalhão de comprimidos de múltiplas maleitas. Comi depressa, como sempre. Enquanto deixava que o tempo passasse, com pessoas à minha volta interessadas no telejornal do almoço, ajudei-a ao longo de longos minutos a empurrar arroz para a colher. Uma pitada de arroz com bocadinhos de carne, mais uma batata frita. Primeiro pensava que não o queria, mas afinal apenas deixou o ovo estrelado empastado de gema para o fim, tal como eu fazia.

A Vandinha ficou para trás, com o cartão, a pagar. Eu fui empurrando a cadeirinha em direcção ao carro. Arrumei-o melhor, para poder chegar melhor à porta do passageiro com ela. Estava um Sol confortável de Inverno. Ela pediu-me um beijinho. Enganando a vontade de chorar, joguei às escondidas à volta dela. Em vez de um dei-lhe muitos com xicorações e ela ria-se, desdentada. Rimos muito, os dois.

As melhores coisas da vida são (quase) grátis - ou outro título melhor

Ia escrever qualquer coisa na caixa de comentários deste post do João mas a meio da escrita resolvi transformar o comentário num post. Porque, sim, a Kate é o meu livro :)  e porque isto das reminiscências da adolescência/juventude dá pano para mangas. Mas não vou elaborar muito sobre o assunto (oficialmente por falta de tempo, na verdade porque as ideias ainda não estão conveniente estruturadas para se tornarem apresentáveis). Em vez disso deixo uma ilustração (ilustração vs. elaboração, tomar nota). Pensei num título, “As melhores coisas da vida são (quase) grátis”, mas dito assim pode ser enganador. Na verdade não é a relação preço-qualidade o tema da ilustração. O tema é, justamente, a importância daquilo que nos ficou desses anos de formação e revelação.

A ilustração é esta:

Um cinquentão recostado na cama, duas almofadas grandes para ficar suficientemente direito, manta sobre as pernas, lendo, à luz quente do candeeiro da cabeceira, num dia de inverno, os estores bem puxados para cima para garantir a companhia do tempo cinzento e dos aguaceiros ocasionais. Lê, por ordem, os Jonathans da sua adolescência e juventude e vai mordiscando, enquanto lê, uma grande tablete de chocolate de leite. Às vezes faz pequenas pausas na leitura e, satisfeito, dá-se conta que se sente muito bem (tão bem quanto um cinquentão se pode sentir). Tenta então lembrar-se de outra maneira melhor de passar o dia de férias natalícias e não encontra.

O voo do pássaro branco sobre o branco da memória

Salle.4.Kate.jpg

 

Talvez sejam mesmo 30 anos. Voltar a um livro tanto tempo depois é uma experiência curiosa.

 

Aconteceu com Kate, de Cosey, uma banda desenhada que eu e os meus irmãos mais velhos absorvemos na juventude através dos fascículos da revista Tintin e cuja edição recente da ASA comprei. A história é muito mais complexa e rica do que me lembrava, o que não deixa de ser normal. Afinal, a cultura de um homem de 45 anos é muito maior do que a de um rapaz de 15. Embora este tivesse fixado muitas das ilustrações, e alguns dos momentos da história, os pequenos pormenores e as grandes subtilezas que alimentam a ação dos dois protagonistas surgiram-me como novidades absolutas (o significado do Castelo do Pássaro Branco, os charros que Kate fuma, o sacerdote jesuíta, a moda dos jovens ocidentais viajarem pela Ásia e India nos anos 70 e 80) Já me tinha acontecido o mesmo com outra banda desenhada, o L 123, de Relvas, em que a estranheza foi ainda maior. Ali escapou-me todo um mundo de delinquência suburbanas e de relações sociais. Na verdade, ainda pré-adolescente, não as poderia, então, reconhecer.

 

Ao reler Kate, estava com esse pobre rapaz que fui ao lado, comentando um com o outro as memórias e a estranheza de não sabermos ao certo porque é que essa história e desenhos nos lembram o Pedro. Um pouco como quando eu e esse mesmo rapaz ouvimos os Tears for Fears (por exemplo o Head Over Heels) e um pouco do Miguel nos acompanha, talvez em cima de um muro na rampa da Pena, em Sintra, à espera que os carros de rally passem. Ou quando vejo um episódio antigo dos X-Files, e estamos deitados no beliche do nosso quarto com o , os três a ver aquilo quando o separador da TVI ainda era um 4. Ou quando esse rapaz que fui, agora já com uns 19 anos, está a trabalhar as faixas de uma música no PC e me deixa tratar das pistas e tempos de gravação, já que a inspiração artística continuará a ser sempre dele, sabendo ambos que o Jorge está ali connosco a fazer aquela canção como em tempos fizemos tantas.

 

A arte existe para que ergamos os nossos monumentos pessoais. Graças a Deus pelos artistas e pela leitura do Kate que farei daqui a 30 anos.

Sala de espera - II

- Muito obrigado pela atenção. Nem imagina como sabe bem na minha idade ser tratada dessa maneira.

A funcionária, do outro lado do balcão, esboçou um sorriso com um brilhozinho de sinceridade, e devolveu:

- Ora, não faço mais do que minha obrigação...

Não tinha percebido. A idosa insistiu:

- Nem imagina como sabe bem na minha idade ser tratada com atenção.

A funcionária continuava sem perceber. A tentativa de sorriso manteve-se mas o brilhozinho apagou-se. Que viesse o próximo utente. Aos quarenta anos ela era o centro de várias vidas e via-se assim para sempre.

A imprensa na sua viagem para o grande vazio

07022019.PNG

 

No seguimento deste post do Miguel, e acerca do afastamento do público em relação à imprensa, penso que existem duas razões que não costumam ser referidas.

Uma será a quantidade de facto que são hoje em dia produzidos. Além dos acontecimentos (acidentes, desporto, declarações polémicas, etc) e da política (tradicionalmente noticia-se tudo o que mexe), existe uma produção gigantesca de conteúdos por parte de organizações (ONG, Universidades, observatórios, sindicatos, etc.) e de cronistas (nunca foram tantos, apesar de já serem demais há demasiado tempo). Esta torrente diária faz com que, havendo assuntos que têm de ter espaço assegurado (política, desporto, polémicas) tem de existir muita coisa diversa a ficar de fora, normalmente boas notícias e o que diz respeito à vida quotidiana das pessoas. Ora, um jornal que pretenda ser generalista não o pode ser, hoje em dia, com qualidade. Não obrigatoriamente por falta de recursos, mas por existirem demasiados conteúdos no espaço público que, quando as pessoas a quem interessam não encontram tratados, leva a que aquelas considerem que aquele produto, aquele jornal, aquele noticiário, não é para si.

Uma outra razão é a flagrante falta de qualidade jornalística de muitos dos textos apresentados ou do modo displicente e descuidado, em termos factuais, como são tratados os assuntos. Já me habituei a ver erros factuais e documentais óbvios quando leio ou vejo na televisão uma notícia de um assunto que conheço bem. Por exemplo, ontem foi noticiado no Diário de Noticias isto e eu sei que a tal "nave" não se dirige para a Terra. Ao contrário, está a afastar-se e irá sair do Sistema Solar um dia destes.

Se se multiplicar o meu cuidado  e desconfiança com o que leio nos jornais por muitas pessoas com uma experiência igual à minha, é fácil perceber que não há volta a dar. Existem sitios na internet que tratam os assuntos de uma forma especializada, algo que os jornais ou não podem, ou não querem fazer.

Temos pena. 

O Antropoceno é injusto e tudo isto é fabuloso

Alguns cientistas defendem uma nova era geológica, o Antropoceno. Isto é, o pessoal acha que a influência dos humanos sobre o planeta é tão significativa que se justifica identificar esta fase da História da Terra com o Homem, esse vil poluidor particular e destruidor em geral.

Não é uma ideia consensual, mas isso não impede que alguém bastante meticuloso esteja a chamar atenção para o termo Antropoceno não estar correto. Aparentemente, sendo os verdadeiros e únicos responsáveis pelo Aquecimento Global os indivíduos do sexo masculino caucasianos, os que são capitalistas e colonialistas, ao dizermos que é o Homem, assim em geral, estamos a juntar ao grupo dos maus os índios e, pelo que percebi, também mulheres. E isso é injusto. É preciso encontrar com urgência uma nova palavra que substitua a que ainda não foi adotada oficialmente mas que já é usada por ONG ligadas à ecologia e autores e palestrantes por esse mundo fora. Isto anda tão rápido! Fabuloso!

“By eliminating differences, histories of colonial violence, and the disproportionate burden of environmental harm felt by Indigenous people is neutralized and therefore evaded. The idea of the Anthropocene therefore validates ‘planetary scale’ projects designed by white male capitalists working from an unaddressed imperial logic.”

Fazer bem aos outros com recursos nossos ou fazer bem aos nossos com recursos dos outros

Existem vários tipos de beneméritos, mas vamos falar só de dois deles: os que utilizam os seus próprios recursos em prol de todos os outros e os que fazem o bem a alguns usandos recursos alheios.

BibliotGulb.jpg

Promover a leitura e o conhecimento é uma intenção indiscutivelmente benigna.

Eis um exemplo desse empenho: as bibliotecas itinerantes da Fundação Gulbenkian.

Também eu frequentei estas carrinhas, apesar de todos os livros que havia lá em casa, era um acontecimento no bairro o dia da visita da carrinha-biblioteca.

Foi dali que veio a minha descoberta da obra de Júlio Verne. 

Este é um exemplo de quem usa os seus recursos para o bem dos outros.

 

 

Agora isto: Público: "BE quer taxar ... e criar um fundo para ajudar a imprensa." ?

Isto é tirar a alguém para  dar a outro, para por sua vez entregar a um terceiro.

Resumindo o circuito: para sustentar alguém de nosso interesse, vamos tirar àquele, damos àquele outro, e ele entrega a quem nós queremos.

E quem seriam os beneficiários ?

Talvez alguém como este: Público: "O futuro do L`Humanité ... "

Um pouco de investimento

Entre as atividades dos meus sobrinhos e sobrinhas, tenho muitos, há aulas de natação, aprendizagem de instrumentos musicais, aulas de dança, surf, teatro e prática de futebol federado. Quase todos têm gadgets eletrónicos bastante caros, parece-me que devido ao medo que os seus pais têm que fiquem de fora de um qualquer grupo. Investe-se atenção nas suas vontades, necessidades e caprichos. Eu, entre todos, serei o que invisto menos, já que esse tipo de atenção é proporcional ao dinheiro que se pode gastar.  De qualquer modo, amanhã a minha filha do meio vai ter uma aula experimental de capoeira.

Excetuando a natação aos 16 anos, os meus pais não me inscreveram em nenhuma atividade desportiva ou de aprendizagem. Durante a minha infância a barreira entre pais e filhos era bastante evidente e pode-se resumir a os adultos não ligarem às crianças. Acho, quer dizer, sei que o meu pai nem sequer sabia em que ano escolar eu e os meus irmãos estávamos. E não era o único. Era tão normal não se brincar com os filhos como não se conversar com os adolescentes para os ajudar a pensar melhor. Foi assim que a sua geração foi criada e foi assim que a sua geração educou: com uma presença silenciosa diária que trazia, apesar de tudo, uma segurança real. De certo modo, quase invejo esse modo de estar dos homens agora antigos: não ter de dar cavaco a ninguém, não se preocupar com os filhos para além de providenciar comida na mesa, poder viver num silêncio confortável e distante e isso ser considerado o normal.

Tenho 45 anos e nunca recebi nenhum telefonema do meu pai a perguntar-me como vai a vida, o que sendo curioso não será certamente caso raro. Não sei se me fez falta porque, enfim, nunca aconteceu. Não me queixo. Felizmente vejo-o todas as semanas. Falamos e rimos bastante. Damos-nos bem e estou-lhe agradecido. Com ele aprendi muitas coisas importantes e positivas, uma das quais a de que ser criado no silêncio de um pai é, além de muito perigoso, uma chatice. A ideia é tentar poupar aos nossos filhos o que de menos bom se passou connosco. Daí a capoeira. Daí a conversa e a brincadeira. Daí o investimento possível. 

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